Letra e a música Bicho do Paraná, do músico e compositor João Lopes, in memorian
Reconhecido como patrimônio artístico do Paraná a letra e a música Bicho do Paraná, do músico e compositor João Lopes, in memorian.
Inscrição:
Processo/Legislação: Lei Estadual nº 21.238 de 14 de setembro de 2022
Data da inscrição: 01/11/2022
Fundamentos/histórico: A Lei Estadual nº 21.238 de 14 de setembro de 2022 reconhece a música Bicho do Paraná, de autoria e composição do músico paranaense João Lopes, como patrimônio artístico do Estado do Paraná.
João Lopes nasceu no Município de Califórnia, no Norte do Paraná. Conhecido pelo estilo rock rural, gravou seu primeiro disco em 1981 (João Lopes), quando lançou a música Bicho do Paraná. Na canção, Lopes fala da vida de um retirante do interior do Estado na cidade grande, com a famosa frase: “Eu não sou gato de Ipanema, sou bicho do Paraná”, que se tornou um verdadeiro hino não-oficial do Paraná.
Discos/Álbuns posteriormente lançados: - em 1988: Pé Vermelho (1988) onde, dentre outras canções, na faixa título João reafirma seu orgulho de ser paranaense "Meu pé é vermelho e não abro mão!"; - em 1991: O Homem e a Natureza; - em 1996: Interiores; - em 2005: Bicho do Paraná Acústico; e Vamos Cantar, seu último trabalho inédito - em 2013.
Em 2017, no Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha) do Centro Cultural Teatro Guaíra, em Curitiba, João Lopes gravou um documentário e um DVD ao vivo sobre sua vida artística. Orgulhoso de suas raízes, sempre manteve proximidade com os amigos e familiares do interior do Paraná, sobretudo em sua terra natal Califórnia e no Município de Apucarana.
João Lopes faleceu no dia 18 de maio de 2020, uma semana antes de completar setenta anos.
O legado desse artista para a cultura paranaense é de grande importância e representa valores da raiz paranaense rural que merece seu registro como reconhecimento como patrimônio imaterial no Livro de Registro das Formas de Expressão, onde serão inscritas as manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas.
“Seu motorista toque o carro
Me tire desse lugar
Me leve logo motorista
Pro outro lado de lá
Não vou cortar o meu cabelo, não
Só pra dar o que falar
Eu não sou gato de Ipanema
Sou bicho do Paraná
A vida pra mim na cidade grande
Tá difícil pra danar
A gente que nasceu no mato
No mato tem que morar
No mato a gente se ajeita
Tudo o que se planta dá
Quero voltar pra minha terra
Pro norte do Paraná”