Serra do Mar
Inscrição: 17-I
Processo: 001/86
Data da Inscrição: 13 de agosto de 1986
Localização:
Municípios da Porção Oriental do Paraná (Litoral: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes e Paranaguá - Região Metropolitana de Curitiba: Campina Grande do Sul, Piraquara, Quatro Barras, São José dos Pinhais e Tijucas do Sul)
Normativas:
Normativas de uso da Serra do Mar
Normas de uso do Caminho do Itupava
Normas do segmento ferroviário da Serra do Mar
Com uma área total de 386 mil hectares, a Serra do Mar tombada pertence ao maciço atlântico, que se estende desde o Espírito Santo até o sul de Santa Catarina. No Paraná, incide em partes dos municípios de Antonina, Campina Grande do Sul, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Piraquara, Quatro Barras, São José dos Pinhais e Tijucas do Sul. Uma das primeiras inciativas quanto à proteção do trecho paranaense da Serra do Mar ocorreu em 13 de agosto de 1986, quando o Estado do Paraná efetivou o seu tombamento conforme a Lei Estadual 1.211/1953.
HISTÓRICO
Parte integrante do maciço atlântico, sistema montanhoso que se estende ao longo da costa brasileira, do Espírito Santo ao Sul de Santa Catarina, a Serra do Mar abriga em território paranaense as maiores elevações do Centro-Sul brasileiro, como o Pico do Paraná com 1.992m de altura. Configurando um arco com a concavidade voltada para o Leste, possui diversas denominações, de caráter regional: Serra Negra, Capivara Grande, Verde, da Graciosa, de São João, da Mãe Catira, de Prata e outras.
A grande Cordilheira da Marinha - como tradicionalmente a denominavam os cronistas ao descrever o estado, foi historicamente o grande obstáculo entre o litoral e o planalto.
Para vencer a serra três caminhos foram utilizados: o do Arraial, com oito léguas, usado pelos moradores da Lapa; o do Itupava, com 12 léguas, e o da Graciosa, com 14 léguas, todos originários de antigas trilhas indígenas.
Mais extenso, porém menos íngreme, o caminho da Graciosa, tornado carroçável em 1873, constituiu-se na única estrada rodoviária ligando a “Marinha e a Serra-acima” até 1967, quando uma nova rodovia foi inaugurada, passando a da Graciosa à condição de via turística.
A ferrovia, inaugurada em 1885, historicamente mais significativa pelo papel que teve no desenvolvimento econômico do estado, do final do século XIX até a metade do século XX, é até hoje obra de engenharia notável pelo desafio que significou a transposição da serra.
Desde o século passado a preservação da flora e da fauna dessa região foi assunto abordado pela imprensa e discutido por setores da administração pública do estado.
Uma primeira tentativa governamental foi feita em 1978, com a criação do Parque do Marumbi, com 70 mil hectares, que, porém não chegou a ser efetivada, caducando por decurso de tempo.
A área, tombada em 1986, de 386 mil hectares, compreende unidades ambientais diferenciadas pela conformação e pela característica da vegetação, distinguindo-se a serra propriamente dita, os vales intermediários, o planalto e a planície costeira.
Abrangendo 80% da cobertura vegetal do estado, reduzida hoje a 5% do que possuía no início da colonização, a mata da Serra do Mar foi muito explorada, principalmente a sua vertente ocidental.
Após a abertura da ferrovia, em função do desenvolvimento industrial, deu-se uma procura de madeiras abundantes na serra, como canela, pau-d ́arco e outros. Atualmente, apesar das derrubadas e da ausência de efetivas medidas de reflorestamento, ainda se encontram espécies como a canela, a caxeta, o guarapuruvu, a licurana, o angelim e outras.
A fauna também foi muito reduzida, tendo sido muitas espécies extintas, estando outras em extinção, como o papagaio chauá (amazonas brasiliense), que só é encontrado entre o Sul do estado de São Paulo e o litoral paranaense. A fauna ainda presente corresponde a animais de pequeno porte como mico, quati, esquilo, ouriço, preá, preguiça, tatu, e aves como papagaio, joão-de-barro, sabiá e pica-pau.