Palácio São Francisco - Curitiba
Inscrição: 87-II
Processo: 02/87
Data da Inscrição: 26 de novembro de 1987
Localização:
Município de CURITIBA
Rua Dr. Kellers, 289
Proprietário: Governo do Estado do Paraná
Outras denominações: Museu Paranaense
Mapa de Entorno:
HISTÓRICO
A denominação Palácio São Francisco decorre do local onde se situa, fronteiro à área em que, no século XVIII, os franciscanos tiveram sua capela, e que ficou conhecida como Alto de São Francisco. Foi mandado construir por Júlio Garmatter, próspero fazendeiro paranaense, que ali residiu de 1929 a 1936, com sua família. Atendendo ao apelo que lhe fez seu amigo Manoel Ribas, interventor do Estado, Garmatter vendeu em 1938 a propriedade ao governo do Paraná para instalação da sede governamental. Em 1914 foi o governo transferido para o Centro Cívico, indo ocupar os edifícios construídos para aquele fim, sendo o Palácio São Francisco cedido ao governo federal para abrigar o Tribunal Regional Eleitoral, que ali permaneceu até 1987. Devolvido ao governo do Estado foi restaurado pela Curadoria do Patrimônio Histórico e Artístico, com apoio da SPHAN/Pro-Memória, cujo representante no Paraná, o arquiteto José La Pastina Filho, coordenou os trabalhos de arquitetura. Os de pintura de tetos e paredes internas foram dirigidos pela restauradora Suely Deschermayer.
Esse edifício de dois pavimentos, subsolo e sótão, está construído em superfície cega, monumentalidades de escala, ausência de ornatos e rigor da composição, revela influência germânica, frequentemente presente em Curitiba. Espelha também o período de transição entre o ecletismo neoclássico e o modernismo, mantendo, do primeiro, a simetria, manifesta na imponente fachada posterior; e do segundo, a nudez das paredes. O sótão, não ocupando toda a superfície da casa, é cercado por um terraço de cobertura cujo guarda-corpo, em alvenaria, parcialmente vazado, é a platibanda de arremate das fachadas. Destacam-se do rígido volume o pórtico coberto por terraço, que protege a entrada situada na fachada lateral, e a parede saliente, de forma cilíndrica, na frontaria do Palácio. A restauração, feita em 1987, restabeleceu de modo geral a divisão dos espaços, revelou o tratamento original das paredes, eliminou o compartimento construído sobre o pórtico da entrada mas manteve o edifício contíguo ao Palácio, erguido nos anos 60, distinguindo-o porém através de diferenciação da tonalidade pictórica.