Praça Rocha Pombo - Londrina

Em 8 de dezembro de 1974, a Praça Rocha Pombo foi oficialmente tombada pelo estado. Reconhecida como um marco na renovação urbana de Londrina, a praça e a Estação Rodoviária, agora sede do Museu de Arte, simbolizam o auge da cafeicultura paranaense no período de formação do Norte Novo.

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Mais informações

Inscrição: 10-I

Processo: 54/74

Data da Inscrição: 08 de dezembro de 1974

Localização:
Município de LONDRINA
Praça Rocha Pombo

Proprietário: Prefeitura Municipal de Londrina

HISTÓRICO

Em 21 de agosto de 1929 foi estabelecido o primeiro marco que assinalaria a futura instalação de Londrina, então conhecida como Patrimônio Três Bocas, num projeto ambicioso de colonização elaborado por empresas privadas. Em dezembro daquele mesmo ano chegou a primeira caravana de compradores de terras pertencentes à companhia, todos eles japoneses.

Quando aos trilhos da São Paulo-Paraná atingiram as barrancas do Tibagi, já existiam mais de 130 quilômetros de boas estradas de rodagem em Londrina, cuja a verdadeira data de fundação remonta o ano de 1931. Desde o ano anterior, entretanto, já se encontravam na região colonos alemães e japoneses procedentes de São Paulo e os primeiros compradores de terras. Em pouco tempo, formaram a população inicial de Londrina, Cujo o município foi criado por decreto estadual de 3 dezembro de 1934. Sua instalação oficial se deu no dia 10 do mesmo mês e ano. O nome Londrina dado a nova cidade surgiu numa reunião dos fundadores da Companhia de Terras Norte do Paraná, realizada em 1929, com o fim de escolher um nome sugestivo para a cidade em projeto. Em virtude da ligação existente entre a nova povoação e Londres, de onde tinha vindo os fundadores e o capital para seu desenvolvimento, opinou-se pela denominação “Londrina”, sugestão aceita por unanimidade.

Na divisão territorial feita no curso dos anos 1944-1948, o município foi desmembrado, perdendo área de 20.690 quilômetros quadrados, que hoje constitui o território dos municípios de Rolândia, Arapongas, Apucarana, Mandaguari, Marialva, Jandaia do Sul, Maringá, Nova Esperança, Paranavaí, Araruva, Mandaguaçu, Astorga, Alto Paraná e outros.

Considerada poeticamente “cidade menina”, natural seria que Londrina, expressão pujante do grande desenvolvimento por que passou a região, buscasse, à medida que crescia, soluções novas para velhos problemas e que traduzisse em modernas formas de arquitetura. Durante a gestão do então prefeitura Hugo Cabral (1947-1950), convidou-se o conceituado arquiteto João Batista de Vilanova Artigas para projetar a edificação da estação rodoviária da cidade, cujas as obras foram concluídas na administração seguinte, Milton Ribeiro de Menezes, sendo inaugurada em 12 de dezembro de 1952. Por suas características, expressão de novos conceitos de arquitetura no que concerne o projeto, construção e utilização de obra pública, foi tombado pelo Patrimônio do Estado em 1975, o mesmo ocorrendo com a praça Rocha Pombo, à qual está paisagisticamente integrada (Processo n 54, Inscrição n 53, Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico). Pelo Decreto n 32, de 5 de fevereiro de 1985, do prefeito Wilson Moreira, acolhendo sugestão do deputado Márcio Almeida, a Estação Rodoviária de Londrina passou a denominar-se “João Batista Vilanova Artigas”, homenagem a uma das maiores expressões da moderna arquitetura no Brasil, que em 1948 a projetou, sendo autor, também, dos projetos do Fórum, do Cine Ouro Verde e do Edifício Autolon.

É um marco arquitetônico, símbolo da renovação urbana iniciada no final dos anos 40 e intensificada nas décadas seguintes, e com a expansão e verticalização da cidade, em virtude principalmente, da riqueza que o café e, posteriormente, a soja lhe proporcionaram. Com a modernização, Londrina ganhou feições cosmopolitas, dando-se ênfase à criação de áreas de lazer, praças e jardins. Na Praça Rocha Pombo a nova Rodoviária – marco pioneiro da arquitetura moderna no Paraná – substitui a antiga, edificação de madeira, que já funciona em condições bastante precárias, no local onde hoje se ergue a Concha Acústica. Possuindo área útil de 4.410m quadrados e distribuída em planta retangular, a rodoviária se constitui, ainda, em cartão postal da cidade, pelas linhas arrojadas de sua arquitetura. São, na realidade, três corpos distintos interligados, Um, constituído por abobadilhas de concreto armado sustentada por pilares que servem de abrigo à plataforma de desembarque dos passageiros e, dois outros, nos quais se situam os serviços e a administração. Esses blocos, contrastados, se harmonizam através da cobertura em laje inclinada que se liga com sua cota mais baixa ao conjunto de abobadilhas, cuja a modulação oferece à composição massas bem equilibradas.

Rampas e escadas interligam esses espaços. A fachada norte é vedada com brise-soleils horizontais; e a sul, com vidro. Os aspectos mais notáveis desse projeto estão no contraponto obtido pelo contraste entre as coberturas de concreto armado e na perfeita utilização do concreto e dos planos de vidros das fachadas trapezoidais, fatores que não só dão conjunto funcionalidade como, também, leveza plástica. A Praça Rocha Pombo, pelo seu traçado, pela harmonia entre as áreas gramadas, árvores, palmeiras, pinheiros, e o espelho-d’água circular, se integra de maneira expressiva à edificação, ambientando-a, motivo pelo qual foi inscrita no Livro do Tombo como medida complementar à preservação da estação. Em 1993 foi restaurado e adaptado para utilização como centro de exposições de artes plásticas segundo projeto do arquiteto Antonio Carlos Zani.

 

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  • Praça Rocha Pombo - Londrina
    Praça Rocha Pombo - Londrina - Livro Tombo I - Inscrição 10 - Página 10
    Praça Rocha Pombo - Londrina
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    Praça Rocha Pombo - Londrina - Livro Tombo I - Inscrição 10 - Página 10
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