Estação Ferroviária de Jacarezinho

Inscrição: 128-II

Processo: 01/97

Data da Inscrição: 10 de outubro de 2000

Localização:
Município de JACAREZINHO
Avenida Teixeira de Freitas, s/n - Vila Setti

Proprietário: Particular - Rede Ferroviária Federal S.A.

HISTÓRICO

A história da estação de passageiros e cargas da cidade de Jacarezinho, localizada na área urbana do município, está envolvida com os acontecimentos da Revolução de 1930, comandada pelo então candidato derrotado à Presidência da República, Sr. Getúlio Dornelles Vargas.
“(...) Devia ser inaugurada solenemente no dia 5 de outubro de 1930, conforme consta no calendário da Rede, mas a célebre Revolução de 1930 que rebentou no dia 4 do mesmo mês, esta festa não foi realizada e somente no 17 de outubro é que um trem com tropas revolucionárias e comandadas pelo General João Francisco é que aqui chegou com 118 homens tomando conta da cidade e aprisionando os antigos adeptos da velha e corrompida Política Administrativa onde o voto dos defuntos é que valia nas eleições.” (AIMONE. 1975: 104-105)

Estrada de ferro Paranapanema

Da vasta região do Norte do Estado do Paraná, a primeira a ser colonizada foi a região compreendida entre os rios Itararé, Tibagi e Paranapanema. Por esta razão convencionou-se a denominá-la como Norte Velho ou Norte Pioneiro.
Os colonizadores desta região, desde os tempos imperiais, já produziam o café, em quantidades inexpressivas. A expansão cafeeira penetrou no Paraná através de frentes migratórias, principalmente paulistas e mineiras. Tal fato levou ao surgimento de fazendas e núcleos urbanos.

A produção cafeeira da região só começou a expandir-se após o Convênio de Taubaté (25 de fevereiro de 1906), quando os governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais celebraram acordo coibindo aumento de produção cafeeira. A transferência para o Paraná, onde não haviam restrições, foi a saída encontrada por muitos fazendeiros paulistas e mineiros. (FERREIRA. 1996: 87).

Na década de 1930 a produção paranaense de café atingia o 5º lugar no Brasil. De acordo com Wachovicz, a região era vista como o “El Dorado”, o “Paraíso da Terra Roxa”. Tornava-se cada vez mais imprescindível um sistema ferroviário que ligasse a produção agrícola do Norte, tanto para os centros consumidores paranaenses como para a exportação, via porto de Paranaguá. Até então este escoamento estava voltado para a economia paulista.

Contudo, desde a época provincial existiram planos para viabilizar tal ligação, mas por motivos políticos e econômicos não se concretizavam: eram as ferrovias “sonhadas”. Este fato só veio a ocorrer a partir da década de 1920, com a construção da Estrada de Ferro Paranapanema que passa entre outros pelos municípios de Jacarezinho, Joaquim Távora e Santo Antônio da Platina *.

Wachowicz analisa a questão da morosidade deste ramal ferroviário: “De anos em anos a construção do ramal dava uma arrancada e parava. Eram os desmaios (...) Dezoito anos foi o tempo gasto para a construção do ramal do Paranapanema (1912-1930), que possuía apenas 152 quilômetros de extensão. Isto equivale a apenas 8,4 Km de ferrovia construída, por ano. Este é um dado inequívoco de falta de real interesse do governo federal influenciado por São Paulo em construir o ramal. Feriam-se os objetivos expansionistas da economia paulista.

A lentidão da construção levou a população da região a descrer das iniciativas oficiais paranaenses, tornando-se até motivo de chacotas populares. Apelidaram a ferrovia de ramal dos desmaios. (Wachowicz. 1987: 111-112)

 

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